Crítica | Trapaça

Elenco recheado de estrelas não garante um bom filme...
Elenco recheado de estrelas não garante um bom filme…

Um dos filmes indicados ao Oscar que eu estava mais empolgado para assistir acabou sendo o mais decepcionante. Trapaça (American Hustle, 2013), do diretor David O. Russell (que dirigiu o excelente O Lado Bom da Vida), tem alguns bons momentos e atuações interessantes, mas não merecia figurar na lista dos nove melhores filmes do ano. Quem deveria ocupar seu lugar éRush – No Limite da Emoção, que em breve farei uma crítica.

Contando a história de dois trapaceiros (Christian Bale Amy Adams, os grandes destaques do filme) que são pegos pelo FBI e coagidos a colaborar com o agente Richie DiMaso (interpretado preguiçosamente por Bradley Cooper), Trapaça só prende a atenção do espectador masculino por conta dos belos decotes de Amy e Jennifer Lawrence – que fez sua pior atuação desde que alçou o estrelato.

Trapaça é simplesmente dispensável. Diferente dos outros oito concorrentes ao Oscar de Melhor Filme, não trata de nenhum tema polêmico (como 12 Anos de Escravidão e Clube de Compras Dallas) e nem inova (como fez Gravidade). Mas, por conta do elenco recheado de estrelas (incluindo Robert De Niro, um dos meus atores preferidos e que faz uma pequena – e vergonhosa – participação), acaba ganhando o destaque que não merece.

Como escrevi acima, apenas Bale e Amy se destacam no longa. O eterno Batman vai se consolidando com um ator versátil e talentoso a cada produção – e não poderia ser diferente mesmo em um filme fraco como Trapaça. Vivendo o trapaceiro Irving Rosenfeld, ele transpassa segurança no papel. Amy Adams também segue a mesma sina do colega. Tanto é que garantiu seu nome entre as indicadas ao Oscar de Melhor Atriz.

Acho que o grande problema do filme mesmo foi o diretor. David O. Russell não conseguiu dar fluidez à trama, que ficou arrastada e sonolenta. Na tentativa de dar destaque para todas as estrelas, Trapaçaacaba se perdendo e não fazendo jus às expectativas depositadas pelo público. Uma pena, já que todo filme com as belas Amy Adams e Jennifer Lawrence merece melhor sorte.

Publicado por

André Roedel

Jornalista, apaixonado por cinema, quadrinhos e séries.

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